Nesta quinta-feira (02/02), a Coden Ambiental, concessionária dos serviços de Saneamento Básico de Nova Odessa, reuniu entidades parceiras, lideranças políticas e funcionários no auditório da ETEC Ferrúcio Humberto Gazzetta para apresentar o diagnóstico ambiental realizado nas áreas de nascentes e cursos d’água dos sistemas Lopes e Recanto, as duas microbacias responsáveis pelo abastecimento de água do município.
O evento contou com a presença do prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho; do secretário municipal da Educação José Jorge Teixeira; da secretária municipal interina de Saúde Jaqueline Geny da Rocha Serrano; do secretário municipal adjunto de Desenvolvimento Econômico e Social Eduardo Luiz da Silva Mota e do secretário executivo do Consórcio PCJ (Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) Francisco Carlos Castro Lahóz.
O diagnóstico ambiental teve início no final de julho do ano passado e seguiu ao longo de 4 meses. Foi realizado por meio de avaliações de campo associadas ao uso de ferramentas de geoprocessamento. Além de mostrar o estado de conservação da vegetação, o trabalho também avaliou os tipos de cobertura do solo e a biodiversidade nos remanescentes florestais, florísticos e da fauna.
Na abertura do evento, o prefeito Leitinho falou sobre a importância da água. “A água sempre foi uma das minhas maiores preocupações como prefeito. E foi por isso que eu pedi para a diretoria da Coden providenciar esse mapeamento das nascentes. Dessa forma, vamos poder cuidar bem delas e evitar que falte água para a população”, afirmou.
Ele também falou sobre outras ações de seu governo para garantir a disponibilidade de água. “Estamos em busca de recursos financeiros para a construção da represa Recanto 4 e já pedimos a desapropriação da área onde ela será construída. Além disso, em fevereiro, estaremos entregando o Sistema de Abastecimento do Pós-Anhanguera, que está levando água encanada para a única região da cidade ainda não atendida por esse serviço”, concluiu o prefeito.
O presidente da Coden Elsio Alvaro Bocaletto também defendeu a preservação das nascentes. “As nascentes asseguram a vida e é por isso que precisamos preservá-las. Essa é uma ação que o prefeito Leitinho tem sempre nos cobrado. E hoje, estamos concluindo uma parte dessa missão com o diagnóstico ambiental que está sendo apresentado. Acredito que a continuidade desse trabalho depende muito das novas gerações e da nossa contribuição para mudar a mentalidade que existe em relação aos cuidados com a água”, ressaltou ele.
Para o secretário executivo do Consórcio PCJ Francisco Carlos Castro Lahóz, a iniciativa da Coden em relação às nascentes é sinônimo de sustentabilidade. “Nova Odessa sempre saiu na frente na questão hídrica. A cidade, que foi uma das fundadoras do Consórcio PCJ em 1989, também foi pioneira quando iniciamos, há 30 anos, nosso Programa de Proteção aos Mananciais. Foi ainda uma das primeiras cidades a participar do nosso Programa de Educação Ambiental, lançado em 1994. Hoje, consideramos Nova Odessa um dos três modelos de município nessa área. Quando mencionamos um exemplo de quem está fazendo a coisa certa a resposta é Nova Odessa. Continuem assim”, disse ele.
De acordo com o engenheiro florestal Alexandre Augusto Spadoni Pereira, expositor do evento e representante da empresa Formativa, contratada pela Coden para realizar o trabalho, a iniciativa apontou que, das 92 nascentes existentes no município, 8 estão na microbacia Recanto e 11 na microbacia Lopes.
Ele também afirmou que a microbacia Recanto equivale a 24% do território de Nova Odessa, tendo 4% de sua área ocupada por vegetação nativa, 33% por outras formações florestais, 36% por agricultura e pastagem e 19% de áreas urbanizadas. No que se refere à Área de Preservação Permanente (APP), existem 65 hectares a serem restaurados.
Dados semelhantes foram levantados na microbacia Lopes, que também ocupa 24% do território do município, apresenta 4% de cobertura florestal nativa, 30% de outras formações florestais, 51% de agricultura e pastagem e 23% de áreas urbanizadas. Sua APP tem um déficit de 47 hectares a serem restaurados.
Considerando ambas as microbacias, a flora está constituída de 71 espécies nativas, 27 de famílias fanerógamas (que se reproduzem através de sementes) e 26 de exóticas e invasoras. A fauna é composta de 53 espécies de aves e 12 de mamíferos.
“A cobertura florestal dessas microbacias se encontra significativamente fragmentada e a diversidade da fauna é reduzida. Esses são fatores que comprometem a disponibilidade de alimentos e habitats para a fauna silvestre, além da quantidade e da qualidade da água. Há muito trabalho a ser feito e é preciso uma ação constante para que o sistema de abastecimento de água do município não fique comprometido”, explicou o engenheiro florestal.